Author: | Cabral Veríssimo | ISBN: | 6569000036446 |
Publisher: | Clube de Autores | Publication: | August 17, 2018 |
Imprint: | Clube de Autores | Language: | Portuguese |
Author: | Cabral Veríssimo |
ISBN: | 6569000036446 |
Publisher: | Clube de Autores |
Publication: | August 17, 2018 |
Imprint: | Clube de Autores |
Language: | Portuguese |
Soneto 901: Zé da sanfona Espicha o fole da sanfona na fresca silhueta De um prédio novo e chique a festiva sombra... Gente desocupada quase perdida a esperança escombro; Já cansada de tanto bater as portas do emprego (a coisa está preta)! Então fica ali, a ouvir o Zé espichar o fole da sanfona eufônica... Que já esteve ferrado, que para vir ao centro da cidade, pedia carona. E para melhorar o seu nível aprendeu a cantar outros idiomas... Hoje, muito lhe põe dinheiro e aplausos! E leigos - o riso irônico! Na sombra do prédio chique o Zé derriça uns bons trocados Com a sua sanfona. E toda a tarde fica sorrindo à toa! Minha nossa!... Posso dizer que estou bem empregado! E assim ele faz todos os dias - que até já se acostumaram a ir Nesse seu teatro de rua para vê-lo cantando ao palco calçado; De alma feliz e cheia de canções bem afinadas. Soneto 902: O grito de anjo Um grito estridente e esticado arrombou a garganta E o bucal divino sem dente com seu eco estremecido!... E mergulhando nos vales dos montes anunciou o perigo... Que corria os ocupantes do jipe caído da ponte tonta... O grito tiniu sem demora nos ouvidos de um caminhante forte! Que ouvindo, veio logo correndo rápido feito um foguete... E pulando sobre as águas, logo os salvou daquele acaguete, Da maligna ponte que sempre entrega alguém a morte! Aquele caminhante forte que sozinho arrancou das águas Aquele jipe azul com um casal e duas filhas moças; Nada mais era de que, “Um anjo contra a tal saga! ”. “Um grito divino e um socorro forte! - Despistaram as mortes! ”. Eram dois anjos evitando que as mortes fizessem os abortos Numa família inteira, ante da sua hora: Oh, Deus que sorte!
Soneto 901: Zé da sanfona Espicha o fole da sanfona na fresca silhueta De um prédio novo e chique a festiva sombra... Gente desocupada quase perdida a esperança escombro; Já cansada de tanto bater as portas do emprego (a coisa está preta)! Então fica ali, a ouvir o Zé espichar o fole da sanfona eufônica... Que já esteve ferrado, que para vir ao centro da cidade, pedia carona. E para melhorar o seu nível aprendeu a cantar outros idiomas... Hoje, muito lhe põe dinheiro e aplausos! E leigos - o riso irônico! Na sombra do prédio chique o Zé derriça uns bons trocados Com a sua sanfona. E toda a tarde fica sorrindo à toa! Minha nossa!... Posso dizer que estou bem empregado! E assim ele faz todos os dias - que até já se acostumaram a ir Nesse seu teatro de rua para vê-lo cantando ao palco calçado; De alma feliz e cheia de canções bem afinadas. Soneto 902: O grito de anjo Um grito estridente e esticado arrombou a garganta E o bucal divino sem dente com seu eco estremecido!... E mergulhando nos vales dos montes anunciou o perigo... Que corria os ocupantes do jipe caído da ponte tonta... O grito tiniu sem demora nos ouvidos de um caminhante forte! Que ouvindo, veio logo correndo rápido feito um foguete... E pulando sobre as águas, logo os salvou daquele acaguete, Da maligna ponte que sempre entrega alguém a morte! Aquele caminhante forte que sozinho arrancou das águas Aquele jipe azul com um casal e duas filhas moças; Nada mais era de que, “Um anjo contra a tal saga! ”. “Um grito divino e um socorro forte! - Despistaram as mortes! ”. Eram dois anjos evitando que as mortes fizessem os abortos Numa família inteira, ante da sua hora: Oh, Deus que sorte!