Author: | Luiza Lusvarghi | ISBN: | 9788547324179 |
Publisher: | Editora Appris | Publication: | March 28, 2019 |
Imprint: | Language: | Portuguese |
Author: | Luiza Lusvarghi |
ISBN: | 9788547324179 |
Publisher: | Editora Appris |
Publication: | March 28, 2019 |
Imprint: | |
Language: | Portuguese |
O livro O crime como gênero na ficção audiovisual da América Latina lança um olhar sobre o crescimento da produção original de gênero policial e de suspense no cinema e na televisão latino-americana, analisando o imaginário de obras recentes, resgatando sua relação com seu contexto histórico e sua identidade perante as produções hollywoodianas, consideradas como a sua maior influência. As narrativas criminais cinematográficas latino-americanas sempre giraram em torno do crime organizado, e não das corporações policiais. Filmes como Cidade de Deus, Nove Rainhas e Amores Perros só reafirmaram essa questão cultural, reforçada por filmes como Tropa de Elite, La Hora Cero e La Zona, Presos. A tendência ao realismo é uma característica dessas narrativas criminais por vezes rotuladas de policiais. Essas obras, que despontam no final da década de 1990, foram precedidas por um boom literário liderado por autores como Rubem Braga, Ricardo Piglia e Leonardo Padura, e coincidem com o fortalecimento de movimentos organizados e de anseios democráticos, numa primeira etapa, o que possibilita uma maior liberdade de abordagem de temas. Num segundo momento, contudo, passam a expressar também o recrudescimento de governos repressivos e de sentimentos conservadores de uma classe média que se sente ameaçada. A consolidação das organizações criminais é um tema que prevalece sobre a figura clássica do detetive. Não há duplas de policiais rondando a cidade, e sim a corrupção das corporações, instrumento de ditaduras militares e civis, passado que assombra essas instituições. As cidades superpopulosas, as favelas e periferias , os crescentes conflitos do sistema penitenciário, o narcotráfico, as operações paramilitares e as insurreições armadas, além das diásporas religiosas e étnicas, são seus elementos singulares. As linhas tênues entre o bem e mal, a idealização do marginal como herói e revolucionário, a mulher fatal e sedutora como protagonista perigosa e ao mesmo tempo desejável, a violência e a exclusão social integram essas cenas da vida contemporânea. Séries como O Mecanismo, O Marginal, Sr. Ávila e La Niña são também painéis representativos do que significa viver hoje em uma grande cidade latino-americana.
O livro O crime como gênero na ficção audiovisual da América Latina lança um olhar sobre o crescimento da produção original de gênero policial e de suspense no cinema e na televisão latino-americana, analisando o imaginário de obras recentes, resgatando sua relação com seu contexto histórico e sua identidade perante as produções hollywoodianas, consideradas como a sua maior influência. As narrativas criminais cinematográficas latino-americanas sempre giraram em torno do crime organizado, e não das corporações policiais. Filmes como Cidade de Deus, Nove Rainhas e Amores Perros só reafirmaram essa questão cultural, reforçada por filmes como Tropa de Elite, La Hora Cero e La Zona, Presos. A tendência ao realismo é uma característica dessas narrativas criminais por vezes rotuladas de policiais. Essas obras, que despontam no final da década de 1990, foram precedidas por um boom literário liderado por autores como Rubem Braga, Ricardo Piglia e Leonardo Padura, e coincidem com o fortalecimento de movimentos organizados e de anseios democráticos, numa primeira etapa, o que possibilita uma maior liberdade de abordagem de temas. Num segundo momento, contudo, passam a expressar também o recrudescimento de governos repressivos e de sentimentos conservadores de uma classe média que se sente ameaçada. A consolidação das organizações criminais é um tema que prevalece sobre a figura clássica do detetive. Não há duplas de policiais rondando a cidade, e sim a corrupção das corporações, instrumento de ditaduras militares e civis, passado que assombra essas instituições. As cidades superpopulosas, as favelas e periferias , os crescentes conflitos do sistema penitenciário, o narcotráfico, as operações paramilitares e as insurreições armadas, além das diásporas religiosas e étnicas, são seus elementos singulares. As linhas tênues entre o bem e mal, a idealização do marginal como herói e revolucionário, a mulher fatal e sedutora como protagonista perigosa e ao mesmo tempo desejável, a violência e a exclusão social integram essas cenas da vida contemporânea. Séries como O Mecanismo, O Marginal, Sr. Ávila e La Niña são também painéis representativos do que significa viver hoje em uma grande cidade latino-americana.