Author: | Camilo Castelo Branco | ISBN: | 9789898698346 |
Publisher: | Projecto Adamastor | Publication: | May 12, 2015 |
Imprint: | Projecto Adamastor - Clássicos | Language: | English |
Author: | Camilo Castelo Branco |
ISBN: | 9789898698346 |
Publisher: | Projecto Adamastor |
Publication: | May 12, 2015 |
Imprint: | Projecto Adamastor - Clássicos |
Language: | English |
É uma história que faz arrepiar os cabelos.
Há aqui bacamartes e pistolas, lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios.
É um arsenal, uma sarrabulhada, e um dia de juízo!
Isto sim que é romance!
Não é romance; é um soalheiro, mas trágico, mas horrível, soalheiro em que o sol esconde a cara,
Como da seva mesa de Tiestes
Quando os filhos por mão de Atreu comia.
Escreve-se esta crónica enquanto as imagens dos algozes e vítimas me cruzam por diante da fantasia, como bando de aves agoureiras, que espirram de pardieiro esboroado, se as acossa o archote dum fantasma.
Tenebroso e medonho! É uma dança macabra! um tripúdio infernal! coisa só semelhante a uma novela pavorosa das que aterram um editor, e se perpetuam nas estantes, como espectros imóveis.
Há aí almas de pedra, corações de zinco, olhos de vidro, peitos de asfalto?
Que venham para cá.
Aqui há cebola para todos os olhos;
Broca para todas as almas;
Cadinhos de fundição metalúrgica para todos os peitos.
Não se resiste a isto. Há-de chorar toda a gente, ou eu vou contar aos peixes, como o padre Vieira, este miserando conto.
É uma história que faz arrepiar os cabelos.
Há aqui bacamartes e pistolas, lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios.
É um arsenal, uma sarrabulhada, e um dia de juízo!
Isto sim que é romance!
Não é romance; é um soalheiro, mas trágico, mas horrível, soalheiro em que o sol esconde a cara,
Como da seva mesa de Tiestes
Quando os filhos por mão de Atreu comia.
Escreve-se esta crónica enquanto as imagens dos algozes e vítimas me cruzam por diante da fantasia, como bando de aves agoureiras, que espirram de pardieiro esboroado, se as acossa o archote dum fantasma.
Tenebroso e medonho! É uma dança macabra! um tripúdio infernal! coisa só semelhante a uma novela pavorosa das que aterram um editor, e se perpetuam nas estantes, como espectros imóveis.
Há aí almas de pedra, corações de zinco, olhos de vidro, peitos de asfalto?
Que venham para cá.
Aqui há cebola para todos os olhos;
Broca para todas as almas;
Cadinhos de fundição metalúrgica para todos os peitos.
Não se resiste a isto. Há-de chorar toda a gente, ou eu vou contar aos peixes, como o padre Vieira, este miserando conto.